O presidente do Fórum para a Competitividade considera que a greve em Portugal deve ser regulamentada para evitar paralisações que são convocadas sem ter existido negociação prévia.
Pedro Ferraz da Costa diz que os custos das paralisações são muito elevados e fala em greves orquestradas no setor público. O presidente do Fórum para a Competitividade e presidente da Assembleia geral da Associação Industrial Portuguesa (AIP) considera que o direito à greve também tem de ter limites.
«Tudo tem limitações, os interesses dos outros, o respeito pela liberdade dos outros. Já chegava que não fosse tão fácil abusar desse direito», defende Ferraz da Costa.
O presidente do Fórum para a Competitividade defende ainda que deve haver regulamentação nesta matéria tal como acontece noutros países.
«Qual é o objetivo de nunca ter regulamentado e fazer de qualquer maneira? É poder convocar greves com facilidade, em qualquer setor, com 24 horas de antecedência. É não saber sequer se os trabalhadores do setor estão de acordo ou não. É poder fazer greves parciais ou greves trombose em que as empresas, sejam públicas ou privadas, não têm qualquer hipótese de resistir ou negociar. É poder entrar em greve sem ter havido um período de negociação prévia. (...) Estas coisas são regulamentadas em muitíssimos países. Não regulamentar de todo como cá é que não conheço mais nenhum.
À saída do Conselho Geral da AIP, que esteve reunido para analisar as recentes medidas anunciadas pelo Ministro das Finanças, Ferraz da Costa considerou ainda que as medidas não são uma alternativa à Taxa Social Única (TSU) até porque «para as empresas não foi anunciado nada».
O presidente do Fórum para a Competitividade sublinhou também que a TSU tinha vantagens «porque permitiria suster o crescimento do desemprego», mas isso «não foi substituído por coisa nenhuma». «O que as pessoas pagariam a mais de TSU vão pagar a mais em termos de impostos, para as empresas não ficou nada», acrescentou Ferraz da Costa.