Justiça

Tribunal Constitucional não vai fugir da sua missão, diz novo presidente

Joaquim Sousa Ribeiro, novo presidente do TC Global Imagens

Na hora de tomar posse como presidente do Tribunal Constitucional (TC), o juiz conselheiro Joaquim Sousa Ribeiro garantiu que o TC vai cumprir o que papel que lhe cabe.

Por mais forte que seja o ruído externo nada irá perturbar a serena análise dos juízes conselheiros do Tribunal Constitucional (TC) foi esta a certeza deixada, esta tarde, pelo novo presidente da instituição, Joaquim Sousa Ribeiro.

«Por forte que seja a estridência do ruído externo, ela não perturbará a serena fidelidade a estes nossos traços identitários. Não se peça ao Tribunal Constitucional mais do que institucionalmente lhe compete, mas menos ainda se pode pretender que ele [o TC] abdique de exercitar em plenitude os seus poderes próprios de apreciação da validade das normas à lusa tão só dos autónomos critérios valorativos da Constituição», assegurou.

Depois da polémica com o acórdão que contrariou a decisão do Governo de retirar os subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos, e numa altura em que alguns já antecipam uma próxima chamada do TC para apreciação do próximo Orçamento do Estado.

Esta tarde, o juiz conselheiro, Joaquim Sousa Ribeiro, fez eco de um conflito que hoje existe entre os direitos sociais previstos na Constituição e as decisões políticas redutoras de rendimentos privados em particular do trabalho.

«As exigências da Constituição claramente comprometida com os direitos sociais, como direitos de cidadania, se confrontam com a necessidade sentida pelos decisores políticos como imposta por razões de reequilíbrio orçamental de medidas com efeitos contra-acionistas de prestações públicas e redutoras de rendimentos privados, em particular os do trabalho», afirmou o novo presidente do TC.

«É esta uma situação em que o TC tem sido e será chamado a proferir decisões de controle de constitucionalidade que são aguardadas com redobrada expectativa e provocam um impacto compreensível. Ninguém espere que nessa atividade, o TC desfigure as linhas do seu rosto», acrescentou.

Joaquim Sousa Ribeiro foi eleito no plenário de 2 de outubro do TC para suceder a Rui Moura Ramos, conotado com o PSD, que desempenhou o cargo de presidente durante quatro anos e meio.

Com a eleição de Sousa Ribeiro, cumpriu-se a regra de alternância, uma vez que o juiz conselheiro do TC desde julho de 2007, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi indicado pela ala afeta ao PS, a quem competia apresentar agora um nome para assumir a presidência do órgão de soberania.

Na cerimónia de hoje tomou posse igualmente Maria Lúcia Amaral, como vice-presidente do TC.