A GNR e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciaram hoje o desmantelamento de uma organização criminosa de tráfico de pessoas, tendo detido, pelo menos, 20 cidadãos estrangeiros e sinalizado 30 menores em situação de risco.
Num comunicado conjunto hoje divulgado, as autoridades explicam que a operação foi realizada no âmbito de investigações por associação criminosa, furto, auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas, branqueamento de capitais e maus tratos a menores, entre outros ilícitos.
No decorrer da ação, foram efetuadas oito buscas domiciliárias e apreendidas uma dezena de viaturas ligeiras, a maioria de alta cilindrada, elevadas quantias de dinheiro, diversa documentação e objetos relacionados com os crimes.
«O grupo demonstrava uma grande capacidade organizativa e uma enorme mobilidade», salienta a nota, acrescentando que os líderes da organização «movimentavam-se em carros de elevada cilindrada, a fim de transportar as mulheres para a prática de ilícitos criminais».
De acordo com o comunicado, os elementos habitavam diversas casas, constituindo-se como famílias, com crianças, algumas de tenra idade, as quais, durante o dia, eram fechadas e abandonadas nas casas ou ficavam na companhia dos homens, não frequentando a escola.
O grupo atuava, essencialmente, em zonas turísticas e transportes públicos, «controlando diversas áreas e localidades», nomeadamente a região da grande Lisboa, com destaque para as zonas do Castelo de São Jorge, Belém, baixa pombalina e Marquês de Pombal.
Fora da capital, a rede criminosa atuava no Santuário de Fátima, baixa do Porto, Braga e Algarve.
A investigação foi iniciada pelo SEF, mas, após uma proposta do Procurador-Geral da República, foi constituída uma equipa mista de investigação criminal com militares da Grupo de Intervenção de Operações Especiais da GNR e com elementos da Direção-Central de Investigação Pesquisa e Análise de Informação do SEF.
Na operação estiveram ainda presentes três elementos da Comisaria General de Extranjeria y Fronteras do Corpo Nacional de Policia de Espanha, que auxiliaram na prestação de informação suplementar acerca de alguns dos detidos, que atuam ou atuavam também em Espanha.
As autoridades nacionais contaram igualmente com informações cedidas pela EUROPOL, uma vez que os suspeitos estão referenciados por diversos ilícitos praticados na Letónia, Eslovénia, República Checa, Itália, França, Espanha, Croácia; Bulgária, Roménia, Suíça e Alemanha.
Participaram na operação, entre efetivos do SEF e militares da GNR da Unidade de Intervenção, do Comando-Geral e do Comando Territorial de Setúbal, cerca de 250 elementos policiais.