Orçamento

OE não é em «termos fiscais» o melhor estímulo para a economia, diz Álvaro

O ministro da Economia reconheceu hoje que a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2013 «não é em termos fiscais o melhor estímulo para a economia», mas defendeu que é o orçamento «necessário» para o país.

Um dia depois de o Executivo ter apresentado o OE para o próximo ano na Assembleia da República, Álvaro Santos Pereira classificou o documento como o «mais duro das últimas décadas», numa conferência sobre "O Estado e a Competitividade da Economia portuguesa", organizada pela Antena 1 e Jornal de Negócios, em Lisboa.

Na conferência, o ministro destacou um «forte pacote» de medidas com o intuito de potenciar a economia portuguesa, como novas linhas de crédito para PME, o «IVA de Caixa», para aliviar as restrições de liquidez de caixa das micro-empresas, e o combate à burocracia no investimento das empresas.

«Acredito nestas medidas e bati-me por elas. São um forte pacote de competitividade e estímulo ao investimento», disse.

Portugal «tem de crescer de forma sustentada» e sem crescimento não será possível «resolver o problema da dívida», não só a nível nacional mas também noutros países em dificuldades, apontou.

A Europa tem atuado de forma «demasiado tecnocrata e técnica», esquecendo-se «das pessoas e da política», criticou o titular da pasta da Economia.

«Sem contornarmos algumas restrições que existem de apoio ao investimento nos países em dificuldade, não vamos lá conseguir chegar», declarou também o governante.

À margem, em declarações aos jornalistas, Álvaro Santos Pereira reiterou que o Governo está «totalmente coeso» para a necessidade de juntar consolidação orçamental com medidas de crescimento económico, apesar de «muitas pessoas» terem acreditado que o OE para 2013 não teria essa preocupação.

Questionado sobre uma eventual remodelação no Governo, em concreto da sua pasta, Álvaro Santos Pereira declarou uma vez mais que tal não é uma preocupação que tenha, reiterando que veio do Canadá para o Executivo «para ajudar» Portugal.

«Só temos possibilidade de dar a volta se nos unirmos, se mantivermos a coesão social, o diálogo social», enfatizou.