Ambiente

Burocracia portuguesa pode travar investimento na energia das ondas

Energia dr

O alerta foi feito hoje pelo antigo presidente da ERSE, Jorge Vasconcelos. A burocracia portuguesa pode afastar para Espanha alguns investimentos para o aproveitamento de energia das ondas.

Na conferência anual da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, em Viana do Castelo, Jorge Vasconcelos, antigo presidente da Entidade Reguladora dos Serviços energéticos (ERSE), avisou que é preciso que a vontade política seja mesmo concretizada ou os investimentos vão procurar outras marés.

«Há quatro empresas ,multinacionais interessadas em investir na energia das ondas na zona piloto que temos em Portugal e essa zona piloto não está a funcionar porque alguém ainda não assinou um papel que permite a construção, com o resultado de que há empresas, dessas quatro, que já praticamente decidiram riscar Portugal da lista e ir instalar os equipamentos em outros países», revelou Jorge Vasconcelos.

Na resposta o secretário de Estado da Energia, Artur Trindades, reconheceu que a burocracia é um entrave ao desenvolvimento económico, mas não só.

«Infelizmente Portugal é um país, não só na energia mas em tudo, onde a burocracia e os aspetos de licenciamento dificultam de forma exagerada a vida económica», admitiu.

Artur Trindade não entrou em pormenores sobre o projeto da zona piloto de exploração da energia das ondas, mas adiantou que deu instruções para que todos os projetos sejam analisados.

«As ordens que transmiti à Direção Geral de Energia é que todos os compromissos que tenham que ser assumidos para onerar as tarifas sejam devidamente ponderados e analisados numa ótica beneficio/custo», afirmou o secretário de Estado.

Em causa estão investimentos de dezenas de milhões de euros que podem morrer na praia.