A TSF conversou com um português que se encontra em situação ilegal no Brasil. Trata-se de um professor, que conseguiu emprego em dois colégios e que apesar de não ter a situação regularizada, diz que não perde o sono.
Filipe Sousa, 32 anos, chegou a Salvador da Baía em Julho, com um visto de turista, válido por 3 meses.
«Estou a tratar da renovação do meu visto, para cumprir o período de experiência para trabalhar no Brasil e chego à polícia federal para renovar o visto e dizem-me que Portugal neste momento não tem direito à prorrogação do visto por 90 dias», explica.
Filipe ficou surpreendido com a resposta porque até há pouco tempo a prorrogação era concedida. A mudança levou a que há precisamente uma semana esteja ilegal no país.
Filipe Sousa diz que nas várias tentativas que foi fazendo para resolver o problema, lhe diziam: «o melhor é casar».
Não seguiu o conselho, pelo menos por agora e optou por voltar à Polícia Federal, onde lhe foi «explicado que irá pagar uma multa por cada dia que fica ilegal e depois quando quiser sair do país, paga essa multa e fica tudo sanado».
A zero estava a perspetiva de futuro em Portugal. Filipe trabalhou como jornalista e na área de Marketing, sublinhando que foi embora porque não aguentava mais a incerteza e os salários baixos.
No Brasil, dá aulas de inglês em duas escolas privadas, que não se mostram preocupadas com o facto de ele estar ilegal.
Se o período de experiência correr bem, e for contratado, terá de voltar a Portugal para levar o visto de trabalho. Depois ficará em Salvador, porque há coisas lá que não encontra cá como «um sol incrível» e a «alegria das pessoas quase constante, o que não tem preço».
Um cenário que contrasta com o Portugal resmungão, sem oportunidades, para quem não tenha uma filiação partidária, de que se queixa Filipe Sousa.