O ministro dos negócios Estrangeiros, Paulo Portas, diz que foi encerrada a investigação brasileira para a eventual aplicação de medidas de salvaguarda aos vinhos importados. Produtores de vinho respiram de alívio.
Paulo Portas considera que se trata de uma vitória da diplomacia económica mas sublinha a isenção das autoridades brasileiras neste processo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros explicou hoje, em Lisboa, que o Governo português recebeu a comunicação oficial de que o Brasil encerrou a investigação para a eventual aplicação de medidas de salvaguarda às importações brasileiras de vinho.
Em causa estava uma sobretaxa que aumentava os direitos aduaneiros de 27 por cento para 55 por cento, assim como o estabelecimento de quotas que limitavam o crescimento das exportações portuguesas para o mercado brasileiro.
De acordo com Paulo Portas, as medidas, caso fossem aplicadas, teriam «pesadas consequências» para a exportação dos vinhos portugueses para o Brasil.
«São 29 milhões de euros de exportações que ficam defendidos», disse o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
Portugal é o quarto maior exportador de vinho para o Brasil em volume e o quinto maior em valor com um total de 23,7 milhões de euros (sem incluir os vinhos do Porto e da Madeira) representando cerca de 4,1 por cento das exportações portuguesas totais para o Brasil.
Com esta decisão, os produtores de vinho portugueses respiraram de alívio. Paulo Amorim, presidente da Associação de Comerciantes e Exportadores de Vinhos, mostra-se aliviado com o desenlace.
No entanto, outras preocupações surgem no horizonte dos produtores de vinho nacionais. Agora, diz Paulo Amorim, o problema está no Oriente e principalmente a China onde os produtores estão a tentar convencer o Governo a dificultar a importação e criar novas taxas.