Segurança

Militares da GNR dizem que Governo os «tem ignorado»

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG) afirmou hoje que o ministro da Administração Interna e o primeiro-ministro «têm ignorado os profissionais» da GNR, que vivem uma «extraordinária desmotivação».

Num documento entregue na residência oficial do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a APG critica o Governo por não a receber «mesmo após diversas solicitações nesse sentido».

«A APG/GNR não poderia deixar de efetuar uma análise extraordinariamente crítica ao ambiente que se vive na instituição, de extraordinária desmotivação, sendo de referir fraturas no seu sentido de coesão, advindas da falta de recetividade às muitas e justas questões e reivindicações que têm surgido e que, lamentavelmente, nalguns casos, têm merecidos respostas que fazem lembrar uma GNR de má memória, um período negro que em nada a dignifica», lê-se no documento.

A resolução, que também foi entregue à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, foi aprovada no final da manifestação realizada entre os Restauradores e o parlamento.

O protesto reuniu, segundo o presidente da APG/GNR, César Nogueira, perto de dois mil militares, considerada a maior manifestação da estrutura.

No documento, a APG pede para que não seja aprovada a proposta de lei do Orçamento de Estado para 2013, além apontara as principais reivindicações dos militares.

Entre as principais reivindicações estão o reconhecimento de um horário de trabalho, o pagamento de retroativos de janeiro de 2010, relacionada com as tabelas de remuneração, e as promoções em atraso.

A APG/GNR contesta igualmente medidas previstas na proposta do OE para o próximo ano, como a suspensão da passagem à reserva e as alterações ao subsistema de saúde.

"Nós queremos o que é nosso por direito", "A saúde é um direito, sem ela nada feito", "GNR motivada, segurança reforçada" e "Horário sim, escravatura não" foram as principais palavras de ordem dos militares que participaram na manifestação.

Redação