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Forças armadas e rebeldes sírios prometem respeitar cessar-fogo

Forças armadas e rebeldes sírios prometem respeitar cessar-fogo Reuters

As forças armadas sírias anunciaram, esta quinta-feira, que cessam as operações militares de sexta-feira de manhã até segunda-feira, respeitando um cessar-fogo proposto pelo emissário internacional Lakhdar Brahimi, mas responderão em caso de ataque dos rebeldes.

«Por ocasião do Eid al-Adha (uma festa muçulmana), o comando das forças armadas sírias anuncia a cessação das operações militares em todo o território a partir de sexta-feira de manhã e até segunda-feira», segundo o comunicado lido na televisão estatal.

As forças armadas «reservam-se o direito de ripostar se os grupos terroristas armados continuarem a disparar contra civis e contra as forças governamentais, a atacar os bens públicos e privados ou a utilizar carros armadilhados e bombas», refere o texto.

O regime refere-se aos rebeldes e opositores como «terroristas».

Os militares podem ainda recorrer ao uso de armas se os rebeldes «reforçarem as suas posições ou movimentarem combatentes e munições» ou ainda «se os países limítrofes permitirem a passagem de terroristas através das suas fronteiras».

Se o cessar-fogo entrar em vigor, será o primeiro a ser respeitado na Síria 19 meses após o início de uma revolta popular que se transformou em conflito armado devido à repressão por parte das forças do regime.

Do lado dos rebeldes, o Exército Sírio Livre advertiu que só cessará as hostilidades se as tropas de Bashar al-Assad fizerem o mesmo.

«Vamos respeitar o cessar-fogo, a partir de sexta-feira, se os militares sírios fizerem o mesmo. Se dispararem uma única bala, responderemos com cem», avisou o general Moustapha al-Cheikh, contactado pela France Presse na Turquia.

O general salientou, no entanto, que não fala em nome de todos os rebeldes dado que não há um comando unificado de todas as fações.

A Frente Al-Nosra, um grupo islamita que reivindicou vários atentados contra o regime, rejeitou as tréguas.

A 12 de abril, um cessar-fogo proclamado por iniciativa de Kofi Annan, o antecessor de Brahimi, com o acordo das duas partes, acabou por nunca ser respeitado.