Economia

Fitch acredita que Portugal vai precisar de segundo resgate

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A agência de notação financeira Fitch considera que Portugal vai demorar mais tempo do que o previsto a regressar aos mercados e vai precisar de um segundo resgate financeiro.

Em comunicado, a Fitch diz que Portugal não vai regressar aos mercados em setembro de 2013, como previsto, e vai precisar de mais ajuda financeira.

«O nosso entendimento é que Portugal vai receber mais ajuda oficial antes de regressar aos mercados», diz o comunicado.

A agência justifica o entendimento de que Portugal vai demorar mais tempo a regressar aos mercados com as fracas perspetivas económicas, a dimensão do ajustamento orçamental e a natureza «frágil» da dívida soberana da zona euro.

Apesar disso, a agência de notação financeira acredita que o regresso com êxito do BES aos mercados pode abrir as portas a outros bancos nacionais.

A Fitch explica que, por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Comercial Português podem beneficiar do regresso do BES aos mercados pois são os bancos que mais dependem do financiamento do Banco Central Europeu (9,0 e 11,3 mil milhões de euros no final do primeiro semestre, respetivamente).

A agência de notação financeira acredita que o BES pode ter aberto o caminho. Na quarta- feira, o banco liderado por Ricardo Salgado emitiu com sucesso dívida não garantida pelo Estado.

Foi a primeira operação do género desde Abril de 2010 e é vista pela Fitch como um sinal positivo e como uma possibilidade da banca nacional começar a reduzir a grande dependência em relação ao BCE.

O valor da emissão estava inicialmente apontado para os 500 milhões de euros, mas a forte procura, que ascendeu a 2,7 mil milhões de euros, ou seja, mais de cinco vezes acima do montante da oferta, levou o BES a aumentar a emissão para os 750 milhões de euros. Os títulos têm uma maturidade de três anos e oferecem um cupão de 5,875%.