Economia

Função pública: Remunerações vão ser este ano inferiores a 10% do PIB

Dinheiro

As remunerações dos trabalhadores da função pública em Portugal vão ser este ano inferiores a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez desde 1987.

Num anexo estatístico às suas previsões económicas de outono, a Comissão Europeia estima que este ano as remunerações dos funcionários públicos correspondam a 9,8% do PIB. No ano passado, tinham correspondido a 11,4% do PIB.

É preciso recuar até 1987 para encontrar outro ano em que as remunerações da função pública ficavam abaixo dos 10% da economia.

Será também a primeira vez que a fatia do PIB ocupada pelas remunerações da função pública é inferior à da média da zona euro. Este ano, a compensação do pessoal da administração pública dos 17 vai representar 10,5% do PIB da zona euro.

Desde 1995 (data com os registos mais antigos para a zona euro) que este valor se tem mantido bastante estável na média da 'eurolândia', oscilando entre os 10,4% e os 11,1% do PIB.

Pelo contrário, em Portugal, registou-se uma subida significativa desde o final dos anos 1980, em que as remunerações da função pública estavam nos 10% do PIB, até 2002 -- ano em que se registou um máximo histórico de 14,2% do PIB.

Desde 2005, tem-se registado o caminho inverso, com este rácio a diminuir todos os anos (com uma única exceção: 2009).

A quebra de 2011 para 2012 foi particularmente abrupta, sobretudo tendo em conta que este ano o PIB deverá decrescer 3%. Esta descida estará relacionada com a suspensão dos subsídios de férias e Natal da função pública.

Para 2013, apesar da reposição de um dos subsídios e de uma nova quebra do PIB, a Comissão prevê que as remunerações da função pública cresçam apenas 0,1 pontos percentuais, para 9,9% do PIB. Em 2014, deverá haver uma nova quebra, para 9,5% do PIB.

Bruxelas publicou hoje as suas previsões económicas de outono, onde apresenta novas projeções macroeconómicas para crescimento, défice, inflação e desemprego em todos os 27 Estados-membros da União Europeia (UE).

Para a economia da zona euro, a Comissão prevê um crescimento de 0,1% em 2013 e a continuação do desemprego a níveis "muito elevados". Para Portugal, Bruxelas antevê para o próximo ano uma nova contração do PIB de 1%, e uma taxa de desemprego recorde de 16,4%.

Redação