Economia

Grécia: PM diz que estabilidade da Zona Euro fica em perigo

O primeiro-ministro grego diz que a estabilidade na Zona Euro fica em perigo. É o comentário de Antonis Samaras depois da reunião do Eurogrupo ter sido inconclusiva.

O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, manifestou hoje o seu descontentamento com a falta de acordo dos ministros das Finanças da zona euro para desbloquear a ajuda financeira a Atenas.

«Qualquer dificuldade técnica na hora de encontrar uma solução técnica não é desculpa para qualquer relaxamento ou atraso», afirmou Antonis Samaras, num comunicado de imprensa.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou não ter sido possível concluir um acordo por haver «trabalho técnico» que ainda é necessário fazer, designadamente «cálculos precisos» sobre os diversos cenários discutidos.

«A Grécia fez tudo aquilo que se tinha comprometido a fazer. Os nossos parceiros, incluído o FMI [Fundo Monetário Internacional], também têm de fazer tudo aquilo a que se comprometeram», defendeu Samaras no mesmo comunicado, citado pela agência noticiosa espanhola Efe.

Além disso, alertou, a «estabilidade» da Grécia e «de toda a zona euro» depende do desbloqueamento da ajuda.

No final da reunião em Bruxelas, Juncker garantiu que «não há nenhum obstáculo de vulto» a obstar o acordo, reiterando que resta apenas «mais trabalho técnico em alguns elementos» de um pacote de iniciativas credíveis para garantir a sustentabilidade da dívida grega.

O presidente do Eurogrupo voltou a elogiar as ações levadas a cabo pelas autoridades de Atenas, designadamente as medidas adotadas nos domínios da consolidação orçamental, reformas estruturais, privatizações e estabilização do setor financeiro, referindo que os 17 reconhecem os esforços feitos pelo Governo grego e pelos cidadãos.

No entanto, ainda não foi desta que a Grécia recebeu a tão ansiada "luz verde" para o desembolso de uma ajuda de 31,2 mil milhões de euros, suspensa desde junho passado.

A Grécia aguarda há cerca de cinco meses essa fatia do programa de assistência financeira, tendo os seus parceiros exigido que o Governo grego implementasse um pacote de medidas de austeridade, já adotado por Atenas, e considerado satisfatório pelo Eurogrupo, mas outras questões têm adiado um compromisso final, designadamente ao nível da redução da dívida.

Os credores da Grécia devem encontrar uma fórmula para reduzir a dívida grega, que ameaça chegar aos 190% do (Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, tendo sido fundamentalmente este o ponto que arrastou as negociações hoje, assim como a solução para "tapar" um "buraco" de 32 mil milhões de euros, resultante de derrapagens dos dois primeiros planos de ajuda à Grécia e o custo estimado que acarretaria um alargamento do prazo dado a Atenas para proceder ao ajustamento.

O Eurogrupo voltará a reunir-se na próxima segunda-feira, dia 26, em Bruxelas.