O ex-presidente do BCP, Santos Ferreira, admitiu hoje que Armando Vara, arguido no processo "Face Oculta", tinha capacidade para promover encontros entre pessoas que quisessem conhecer-se.
Carlos Santos Ferreira foi um dos nomes da política e da banca que passaram, esta quinta-feira, pelo tribunal de Aveiro, para testemunharem a favor do ex-ministro socialista, Armando Vara, que está acusado de três crimes de tráfico de influências.
Em tribunal, o ex-presidente do BCP disse que via o arguido, que foi seu vice-presidente no banco, a fazer os telefonemas, que constam no processo, negando, contudo, que ele pudesse receber o que quer que fosse, por isso.
«Numa situação em que surgisse alguém a dizer que precisava de falar com fulano, se ele conhecesse as pessoas era capaz de promover o encontro», esclareceu Santos Ferreira.
O advogado de Armando Vara considerou normal o depoimento do ex-presidente do BCP, adiantando que corresponde ao que a defesa do ex-ministro socialista sempre disse.
Sobre a ausência do arguido no tribunal, durante a inquirição das suas testemunhas de defesa, Tiago Rodrigues Bastos disse não haver nenhuma razão para que ele tivesse que estar presente.
O julgamento prossegue esta sexta-feira com a audição das testemunhas de defesa de Armando Vara, entre as quais o presidente do Montepio, António Tomás Correia, a eurodeputada eleita pelo PS, Edite Estrela, e o antigo presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes.