O Montepio vai obter um resultado líquido positivo este ano, provavelmente menor do que o lucro de 45 milhões de euros em 2011, mas não pretende cortar postos de trabalho, avançou hoje à Lusa o presidente Tomás Correia.
«O Montepio vai apresentar resultados positivos no final do ano. Sem dúvida nenhuma. À semelhança do que tem acontecido nos três primeiros trimestres, em dezembro também vamos ter resultados positivos», revelou António Tomás Correia.
«Naturalmente, não serão resultados positivos em linha com aquilo que nós gostariamos, mas numa situação de crise económica, que é bastante acentuada, com as empresas a experimentarem muitas dificuldades, tal como os particulares, isto tem consequências no desempenho das instituições financeiras e nos bancos», realçou o banqueiro.
De acordo com Tomás Correia, «estas consequências refletem-se no elevado nível de provisionamento que todos os bancos são chamados a realizar» e que prejudica os lucros da banca.
O responsável apontou para o desemprego, para o aumento da carga fiscal e para a redução dos salários como os principais problemas que afetam as famílias portuguesas e condicionam o negócio bancário.
Questionado sobre um eventual aumento de provisões do Montepio para fazer face ao incumprimento do crédito, o gestor admitiu que o banco mutualista «também vai aumentar, e de uma forma muito significativa, as provisões», à semelhança dos maiores bancos que atuam no mercado português.
Já acerca da possibilidade de o Montepio optar por reduzir o número de funcionários, em resposta à quebra da atividade bancária em Portugal, Tomás Correia afastou essa hipótese.
«Relativamente ao Montepio, não há qualquer projeto que vise a redução de postos de trabalho e, portanto, despedimentos», assegurou.
O banqueiro falava à agência Lusa à margem do lançamento do novo portal de educação financeira do Montepio (Ei), em Lisboa, que conta com o apoio da Microsoft para chegar aos 300 milhões de falantes da língua portuguesa espalhados pelo mundo.