Miguel Nuno Horta e Costa, a primeira testemunha a depor no processo dos submarinos, indicou ainda que sempre que mudava o ministro responsável havia novas negociações.
O nome de António Guterres foi mencionado esta segunda-feira no processo dos submarinos, uma vez que uma testemunha o considerou como um dos grandes impulsionadores da compra destes submarinos.
A primeira testemunha a depor neste processo lembrou que este ex-primeiro-ministro foi um grande apoiante da questão naval e que as contrapartidas falhadas deste negócio foram uma «oportunidade perdida» para o país.
Miguel Nuno Horta e Costa referiu que sempre que mudava o ministro responsável por esta questão havia novas negociações, o que fragilizava a posição portuguesa.
«Cada Governo tem a sua medida. Se há crime, não tenho nada a ver com ele», acrescentou o interlocutor no negócio através da Escom, do grupo Espírito Santo.
A defesa dos três arguidos da Ferrostaal, empresa alemã que vendeu os submarinos, considerou que esta testemunha fez alusão a uma «modificação».
«Penso que ficou claro que as contrapartidas que estão aqui em causa não foram modificadas à última hora. Portanto, estamos a discutir questões laterais a este processo», acrescentou Fernando Aguilar de Carvalho.
Para este advogado, «seria uma contrasenso o Estado, representado pelo Governo, chegar a acordo com a Ferrostaal, e o mesmo Estado, representado pelo Ministério Público continuar a acusar as pessoas».