Economia

OCDE: Recessão em Portugal em 2013 pior do que o esperado

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A OCDE considera ainda que Portugal só vai conseguir cumprir as metas de défice em 2013 e 2014 com recurso a medidas adicionais de consolidação orçamental, solução que não aconselha.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que a economia portuguesa contraia 1,8% em 2013, quase o dobro do que esperam o Governo e a troika (1%).

A OCDE prevê ainda que o crescimento económico só regresse no final de 2013, enquanto o Governo e a troika esperam que já no segundo trimestre do próximo ano a economia volte a crescer.

Estes dados constam de um documento de previsões económicas hoje divulgado pela OCDE, que considera também que Portugal só vai conseguir cumprir metas de défice em 2013 e 2014 com recurso a medidas adicionais de consolidação orçamental, solução que não aconselha.

A OCDE menciona estas «medidas adicionais» para lá do exercício já previsto de uma redução da despesa pública em mais quatro mil milhões de euros, que deverá ter lugar no próximo ano. A organização nota ainda que, mesmo para a meta revista do défice de 2012 (5%), foram precisas medidas adicionais (mais impostos, a concessão da ANA-Aeroportos).

A OCDE defende que a consolidação «deve continuar a ser a prioridade» das políticas económicas de Portugal. No entanto, não deve haver uma obsessão com as metas nominais dos défices.

A OCDE prevê, tal como o Governo, que o desemprego atinja um máximo histórico no próximo ano. A previsão da OCDE é, contudo, ainda mais gravosa: uma taxa de 16,9%, mais ainda que os 16,4% avançados pelo Governo.

Ao contrário do Executivo, a OCDE já avança previsões para 2014: uma ligeira recuperação de 0,9%, impulsionada pelas exportações e pelo investimento, com o consumo privado a permanecer retraído. O desemprego deverá reduzir-se apenas de forma muito ligeira (para 16,4%).

Como tem sido sistemático nos documentos de previsão das instituições internacionais, estes dados implicam uma revisão em baixa das perspetivas para Portugal relativamente aos números avançados pela OCDE em julho.

E mesmo este cenário poderá voltar a agravar-se. A OCDE alerta para os riscos que subsistem, visto que a economia portuguesa «continuará sensível a novas deteriorações nas condições de crédito e das economias de outros países do euro».

Redação