A Associação Nacional de Sargentos diz que esta condenação pode ter tido dedo político, ao passo que os oficiais das Forças Armadas acusam as chefias de ter «posturas descabidas».
As associações militares dizem estar surpreendidas e desagradas com a condenação das suas chefias, que criticaram as atitudes públicas destas associações, num comunicado publicado na página da Internet do Exército.
Para o presidente da Associação Nacional de Sargentos, o comunicado do Conselho de Chefes do Estado Maior «possa ter sido movido ou acionado pelo poder político no sentido de criar clivagens e divisões entre os militares».
Lima Coelho lembrou que «não seria a primeira vez que tal aconteceria» e disse ter ficado preocupado com o facto de o secretário de Estado ter indicado que estava a preparar todas as medidas relativas ao Orçamento com as chefias militares.
Segundo esta associação, todas as manifestações e processos em que têm participado estão consagrados na lei e não envergonham as forças militares, ao contrário do que os chefes militares disseram em comunicado.
O presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas entende que todos os militares, sejam chefes ou não, deveriam rumar no mesmo sentido e que se alguém está a «manchar a postura institucional das Forças Armadas são posturas descabidas» como as tomadas pelas chefias militares.
«Não faz sentido que duas instituições, as chefias e associações profissionais, que concorrem, embora de maneira diferente, para atingir determinados objetivos e depois se venha dizer que uma parte está a agir em desconformidade com algo cuja referência desconheço», adiantou Manuel Cracel.
Esta associação diz mesmo desconhecer aquilo que foi feito pelas chefias militares para salvaguardar as condições dos militares no Orçamento de Estado para 2013.