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Número de refugiados continua a crescer, admite Guterres

António Guterres durante a inauguração do Centro Escolar de Sobreira, em Paredes Global Imagens

De visita a Portugal, o Alto Comissário da ONU para os Refugiados confirmou que até setembro de 2012 o número de novos refugiados já era quase igual ao da totalidade de 2011.

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados revelou que estão a aumentar as pessoas que são obrigadas a refugiar-se ou a deslocar-se por causa do «multiplicar de novas crises» no mundo sem que os velhos conflitos sejam resolvidos.

De passagem por Portugal, onde inaugurou um centro escolar em Paredes, António Guterres confirmou que até setembro de 2012 registaram-se quase tantos novos refugiados como durante todo o ano de 2011.

Segundo este ex-primeiro-ministro português, em 2011 registaram-se 800 mil novos refugiados, ao passo que até setembro de 2012 o número de pessoas que se tiveram de refugiar já ascendia aos 700 mil.

António Guterres, que lembrou que 70 por cento dos refugiados no mundo estão nessa condição há mais de cinco anos, admitiu a «dificuldade em resolver politicamente as crises para lhes permitir voltar às suas casas com segurança e dignidade».

Para este responsável da ONU, a dificuldade em resolver estas crises tem a ver com o facto de os próprios governos serem «parte do problema e não da solução» na questão dos refugiados e dos deslocados.

Guterres contabilizou em cerca de 11 mil o número de refugiados por todo o mundo, sem contar com os cerca de cinco milhões de palestinianos, que «não dependem da ajuda do ACNUR».

«Há cerca de 27 milhões de pessoas deslocadas no interior do seu país, a que não se chama tecnicamente refugiados e que por vezes ainda estão numa situação mais dramática, porque não há uma agência internacional como o ACNUR» para estas situações, sublinhou.

Redação