Portugal

Submarinos: Governo disponível para ir ao Parlamento

Álvaro Santos Pereira

O Executivo diz que «existe no processo das contrapartidas [dos submarinos] um passivo reputacional pelo qual o Governo não é responsável» e está disponível para dar explicações na AR.

O PCP exigiu, na quinta-feira, a presença de Santos Pereira na Assembleia da República para explicações sobre o processo das contrapartidas dos submarinos.

Em comunicado, o ministério liderado por Álvaro Santos Pereira refere que está a tentar uma nova estratégia para as contrapartidas resultantes da aquisição de dois submarinos aos alemães da Ferrostaal e considera que existe neste processo «um passivo reputacional» que «resulta, por um lado, do seu baixo grau de execução e, por outro, de suspeitas sobre alegadas práticas passadas», com as quais diz nada ter a ver.

O jornal Público fazia no sábado manchete de que o alemão que assinou as novas contrapartidas com o ministro da Economia a 1 de outubro, Klaus Lesker, esteve preso por corrupção sob a acusação de negócios menos claros na venda dos submarinos a Portugal, um investimento que ultrapassou os mil milhões de euros.

O Ministério da Economia diz ser fundamental «garantir uma total transparência nos novos contratos de contrapartidas e, nesse sentido, já disponibilizou ao Tribunal de Contas todos os contratos em vigor, bem como todas as substituições de projetos», adiantando que «está à total disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre esta matéria, incluindo na Assembleia da República, nomeadamente em sede da comissão competente para o efeito».

Em causa estão as novas contrapartidas no qual se inclui um investimento num hotel de luxo no Algarve, o Alfamar, que exige um financiamento direto de 150 milhões de euros e outras contrapartidas, a que, no conjunto, as partes deram um valor de 600 milhões de euros.