Economia

Economia portuguesa perto do equilíbrio, diz António Borges

António Borges Global Imagens/Rodrigo Cabrita

Em entrevista à RTP, António Borges considerou que o problema de se viver acima das possibilidades do país está resolvido e que acabou a «mentalidade do gastar excessivamente».

O consultor do Governo para as privatizações entende que a economia portuguesa está perto do equilíbrio e disse que austeridade significa «viver dentro dos nossos meios».

Em entrevista à RTP, António Borges, que disse estar revoltado com o sofrimento dos portugueses, considerou que se «fez o ajustamento da economia» de Portugal, uma economia que estava «extraordinariamente desequilibrada».

«Todos sabemos que estávamos a viver muito acima das nossas possibilidades e a viver exclusivamente de crédito externo, um crédito que acabou e ficámos numa situação dramática. Esse problema está resolvido e a economia está equilibrada. Hoje gastamos o mesmo que produzimos», explicou.

Apesar disto, António Borges considerou que ainda não há razões para se ver a «luz ao fundo do túnel», muito embora esteja confiante que isso irá acontecer como aconteceu em 1983/1985.

«Custou. Foram dois anos difíceis e depois tivemos um período de crescimento muito forte», acrescentou este ex-diretor do FMI-Europa, que entende que a «mentalidade de gastar excessivamente acabou» em Portugal.

Questionado sobre as várias polémicas em que se tem visto envolvido, António Borges assinalou ainda que «muitas vezes há uma ação deliberada para crucificar as pessoas e aproveitar a mais pequena polémica para silenciar as pessoas».

António Borges disse ainda que este tipo de ação parte de «quem quer ter o monopólio da mensagem que a comunicação social passa» e que a comunicação social portuguesa «é a mais conservadora do mundo».

«Cada vez que alguém quer mudar alguma coisa cai tudo em cima. Qualquer coisa que se mude está-se a tocar nos interesses de A, B ou C e aparece imediatamente um consenso para nada se mudar. Assim não vamos a sítio nenhum», concluiu.