Para a diretora executiva do Observatório da Justiça, os processos que deveriam ser mais urgentes, como os relacionados com crianças, acidentes de trabalho e empresas continuam a «demorar muito tempo» nos tribunais.
A diretora executiva do Observatório da Justiça considerou que indicadores mais importantes do setor não registaram «melhorias significativas» nos últimos tempos.
Reagindo a mais uma condenação da Justiça portuguesa pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem por causa da sua morosidade, Conceição Gomes entende que os processos que deviam ser «mais urgentes» continuam a «demorar muito tempo».
Em declarações à TSF, esta investigadora considerou que os casos relacionados com crianças, acidentes de trabalho e empresas «mantêm-se com a mesma lentidão de há cinco, seis, dez anos atrás».
Conceição Gomes recordou ainda que Portugal, a par de países como a Itália, «tem vindo a ser condenado com mais recorrência no âmbito deste Tribunal Europeu por causa da morosidade».
«E é preciso chamar à atenção que quando há condenação é naqueles processos onde os tribunais demoram mesmo muito tempo a decidir. Não é um atraso de alguns meses ou de ano. É porque se demorou mesmo muito tempo», explicou.