O Sindicato dos Jornalistas apela ao Presidente da República, Governo e Parlamento para que «realizem todos os esforços» para impedir o encerramento de delegações regionais da RTP.
O Sindicato dos Jornalistas lançou, esta terça-feira, um apelo ao Presidente da República, Governo e Parlamento para que travem a destruição de serviços públicos de rádio e de televisão.
O presidente do Sindicato, Alfredo Maia, adiantou à TSF que, por exemplo, na rádio está a ser desmantelada a rede de correspondentes distritais, com a eventual extinção dos postos de trabalho.
Alfredo Maia explicou que a administração da RTP está a contactar os correspondentes, sobretudo da rádio pública, para comunicar o encerramento das delegações.
«Estão a ser contactados no sentido de serem informados de que as delegações vão ser encerradas, que se configura o quadro de extinção do posto de trabalho e que em alguns casos ficarão a trabalhar em casa, sem que lhes sejam garantidas as condições, designadamente de fornecimento de Internet, de compensação pelo uso de eletricidade, etc. E em alguns casos seriam deslocados para Lisboa, Coimbra ou Porto», revelou.
«Esta operação tem em vista sobretudo jornalistas da rádio», sublinhou Alfredo Maia, que promete denunciar o caso à Autoridade para as Condições de Trabalho.
A administração da RTP convocou hoje a comissão de trabalhadores para uma reunião, na próxima quinta-feira, com carácter de urgência. Camilo Azevedo, porta-voz da comissão, diz na TSF que ainda não sabe qual a agenda.
Sobre a possibilidade de a administração encerrar delegações, Camilo Azevedo diz ter sido surpreendido com esta informação, até porque nunca foram ouvidos pela administração sobre esta matéria.
«Não temos nenhum conhecimento desta situação (...). Este plano da administração está à revelia do espírito da lei e de tudo o que devem ser as relações normais entre uma administração e uma comissão de trabalhadores porque estas mudanças primeiro falam-se e depois processam-se», comentou Camilo Azevedo, prometendo tentar obter mais esclarecimentos na reunião de quinta-feira.
Também contactada pela TSF, a administração da RTP não quis comentar estas informações.