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Évora: Trabalhadores da Kemet avançam para greve contra despedimento coletivo

Os trabalhadores da fábrica de Évora da multinacional Kemet Electronics iniciam na quinta-feira uma greve de dois dias para contestar a intenção da administração de avançar para o despedimento coletivo de cerca de metade dos funcionários.

O delegado sindical e dirigente do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI), Hugo Fernandes, disse hoje à agência Lusa que os trabalhadores decidiram, em plenários, avançar para uma greve de dois dias, abrangendo os dois turnos da fábrica.

No primeiro dia de paralisação, na quinta-feira, os trabalhadores vão deslocar-se ao Ministério da Economia, em Lisboa, estando marcado para o segundo dia de greve, na sexta-feira, um protesto junto à fábrica de Évora, adiantou o sindicalista. A administração da fábrica de Évora da multinacional norte-americana Kemet Electronics informou os sindicatos, no final de novembro, sobre a sua intenção de avançar com o despedimento coletivo de cerca de metade dos trabalhadores, num total de 154, e deslocalizar parte da produção para o México.

De acordo com o delegado sindical, já arrancou «a fase de informação e negociação» para o despedimento coletivo na fábrica da Kemet Electronics, envolvendo representantes da administração, dos sindicatos e da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

«Não concordamos com os fundamentos apresentados pela empresa», realçou Hugo Fernandes, considerando que o despedimento coletivo surge na sequência de uma «deslocalização da produção para o México» e não por haver «uma quebra de encomendas».

A deslocalização, segundo o responsável, «não é uma figura legal no artigo 360.º do Código do Trabalho».

O dirigente sindical realçou que a Kemet Electronics tem recebido «alguns milhões de euros nos últimos anos» para a criação de postos de trabalho, mas o que «tem sucedido é precisamente o contrário».