Escrita ilustre, de Beethoven a John Lennon, de Van Ghog a Marilyn. Há cartas de gente famosa que vão, esta terça-feira, a leilão em Nova Iorque.
Um conjunto de cartas raras vai hoje a leilão em Nova Iorque. Com o cunho e a caligrafia de Beethoven, Freud, Charles Darwin, Marilyn Monroe ou John Lennon, são 300 documentos que podem ser comprados por milhares de dólares.
Durante cerca de uma semana, os documentos estiveram em exposição e o público pôde ver a letra desenhada de Van Gogh ou os rabiscos de John Lennon, numa carta dirigida a Eric Clapton.
«Caro Eric, ando a pensar escrever-te ou telefonar-te há já algumas semanas. Acho que escrever dá-te mais tempo, a ti e aos teus, para pensar.»
E assim John Lennon escreveu a Eric Clapton, com a ideia de formar a Plastic Ono Band, porque confessa Lennon, tem saudades de andar na estrada, mas não como fazia com os Beatles.
«Aí, eram noites de tortura. Agora, temos ideias revolucionárias para espetáculos que envolvam completamente o público.»
O esboço da carta é assinado por John e Yoko, em 1971. Tem oito páginas, palavras riscadas, sublinhadas, manuscritas, que podem chegar aos 30 mil dólares no leilão em Nova Iorque.
Mais cara, 200 a 300 mil dólares, é uma carta em francês de Van Gogh, dirigida aos donos do café de la Gare, em Arles. Na letra certinha, quase desenhada, o pintor escreve que «as doenças fazem-nos lembrar que não somos feitos de madeira».
Sete meses antes de se suicidar, Van Gogh fala de uma serenidade que vai ganhando a cada dia que passa.
Há ainda 10 cartas de George Washington, a letra de Thomas Jefferson, que aumenta de tamanho, quando se passa para um discurso.
Cartas de amor de Joe Dimaggio para Marilyn, depois de uma discussão. Marilyn a confessar: ainda «estou perdida».
São encontros com a história, escritas à mão, que podem render no final, entre 5 a 8 milhões de dólares.
O leilão de hoje é o primeiro de vários que vão realizar-se durante 2 anos. Ao todo, a coleção inclui mais de três mil documentos.