Trabalhadores das finanças dizem que as máquinas estão esgotadas. Os comerciantes pedem às finanças que não avancem para caça à multa.
Milhares de lojas vão chegar a 1 de Janeiro sem o novo sistema que permite emitir automaticamente uma factura electrónica para evitar a fuga ao fisco.
Este sistema é obrigatório a partir de 2013, mas os trabalhadores dos impostos dizem que as máquinas estão esgotadas. Os empresários pedem tolerância ao Ministério das Finanças na aplicação de multas.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal explica que é impossível ter um número exacto, mas é praticamente certo que milhares de lojas não vão ter o novo sistema a funcionar no inicio de 2013.
João Vieira Lopes pede por isso «sensibilidade, bom senso e pedagogia» ao Ministério das Finanças para que não se avance para uma «caça à multa».
Os empresários dizem que as máquinas de facturação electrónica são caras, mas agora o problema é outro: «a procura é grande e vários comerciantes têm telefonado a informar que não lhes conseguem entregar a máquina dentro dos prazos previstos».
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, através do presidente, Paulo Ralha, explica que à beira do final do ano estas máquinas para emitir a factura electrónica estão esgotadas: «temos recebido essa informação de vários pontos do país».
Estas máquinas para passar factura electrónica serão obrigatórias em quase todas as lojas desde que tenham uma facturação superior a 100 mil euros por ano. Deixam de ser possíveis as facturas passadas à mão.
Sobre os receios e críticas às alteraçoes que entrarão em vigor em janeiro, a TSF ouviu também o bastonario dos Técnicos Oficiais de Contas.
Domingues Azevedo diz que é natural que surjam duvidas sobre as novas regras contabilÍsticas e de faturação, mas sublinha que o novo sistema não custará aos comerciantes tanto dinheiro como eles pensam.
O bastonário sublinha, no entanto, que é preciso cautela com quem se aproveita para explorar os comerciantes na instalação do sistema de emissão eletrónica de faturas.
Domingues Azevedo sublinha também que as novas regras terão o mérito de diminuir a fuga ao fisco.