Na sua mensagem de Ano Novo, Cavaco Silva frisou ainda que é urgente «pôr cobro a esta espiral recessiva», que leva ao «encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego».
Na tradicional mensagem de Ano Novo, o Presidente da República confirma que vai enviar o Orçamento do Estado para o Tribunal Constitucional, justificando a decisão com «fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios».
«A execução do Orçamento irá traduzir-se numa redução do rendimento dos cidadãos quer através de um forte aumento de impostos quer através de uma diminuição das prestações sociais», acrescentou.
Cavaco Silva adiantou ainda que, apesar de todos serem afetados por estas medidas, mas «alguns mais que outros», o que está na origem das suas dúvidas».
No início do discurso, Cavaco Silva faz o balanço de um 2012 «particularmente difícil para os Portugueses» e lembra os sacrifícios das famílias e o destino de «muitas pequenas e médias empresas, forçadas a fechar as portas devido à quebra na procura de bens e serviços».
«O desemprego em particular entre os jovens atingiu uma dimensão preocupante. Muitas famílias foram obrigadas a reduzir as suas despesas do dia a dia mesmo em bens essenciais para uma vida digna», lembrou.
Para o Presidente da República, Portugal tem «urgentemente de pôr cobro a esta espiral recessiva, em que a redução drástica da procura leva ao encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego».
Este diagnóstico contraria de forma frontal o discurso do Governo, uma vez que Vítor Gaspar e Passos Coelho têm rejeitado, de forma sistemática, nos últimos meses, a existência de uma «espiral recessiva» no país.