Um estudo da consultora KPMG revela que com o aumento do IRS e a aplicação da Contribuíção Extraordinária de Solidariedade, Portugal passa a ser o país europeu que paga mais impostos.
O estudo, citado na edição desta segunda-feira doDiário Económico, utiliza como termo de comparação os cinco países mais ricos da Europa.
A consultora KPMG fez um conjunto de simulações e chegou à conclusão que os portugueses, com o aumento do IRS e a aplicação da Contribuíção Extraordinária de Solidariedade, passa para o topo da lista em todas as variáveis analisadas.
Os reformados solteiros sem dependentes e os casais também sem dependentes passam a estar sujeitos a uma taxa de tributação efetiva superior a Itália, Espanha, França, Reino Unido e Alemanha.
No caso dos pensionistas que recebam mais de 300 mil euros, a taxa é de 64,2%, ou seja, um casal sem filhos que receba 300 mil euros, depois dos impostos e da Contribuíção Extraordinária de Solidariedade, fica com 107.471 euros.
A taxa acima dos 60% significa uma tributação quase três vezes superior ao país onde se paga menos - a Alemanha, onde a tributação efetiva é de 24,4%.
Em todos os outros casos estudados a diferença é menor, mas os trabalhadores e os pensionistas portugueses solteiros sem filhos ou casados e também sem filhos estão sujeitos a uma carga fiscal superior à aplicada nos cinco países mais ricos da Europa.
Por exemplo, um trabalhador solteiro sem filhos que receba mais de 50 mil euros por ano, em Portugal, passa a estar sujeito a uma carga fiscal de 41,5%. Quase mais 1% que na Alemanha, mais 3,5% que em Itália e mais de 11% a mais que em Espanha.
Outro exemplo, um casal de reformados sem dependentes que aufira mais de 50 mil euros terá de suportar, em Portugal, uma carga fiscal de 33,75%. Ou seja, mais do dobro de um casal nas mesmas circunstâncias na Alemanha, que terá de contribuir com 14,39% dos rendimentos.
A única exceção à liderança de Portugal acontece no caso de um casal de trabalhadores por conta de outrém que não tenha filhos e que ganhe mais de 50 mil euros por ano. Neste caso, é a Itália que lidera a lista.
Contactado pela TSF, o presidente do Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos não se mostrou surpreendido com as conclusões deste estudo. Casimiro Meneses diz que são a prova do discurso «demagogo» do Governo.
Notícia atualizada às 10h41