Política

Santana Lopes critica «correria» ao Tribunal Constitucional

Pedro Santana Lopes Álvaro Isidoro/Global Imagens

O ex-primeiro-ministro considerou «um pouco insólito» o que classificou como «correria» entre diferentes instituições e órgãos de soberania ao Tribunal Constitucional para fiscalizar o OE2013.

«É um pouco insólito esta correria entre diferentes instituições e órgãos de soberania para desencadear um procedimento que podia ter sido obtido de outro modo. Compreendo a preocupação de o Orçamento do Estado entrar em vigor a 01 de janeiro, mas acho que causaria menos danos ao país se tivesse havido a [fiscalização] preventiva, em que se pode fixar um prazo», afirmou o social-democrata.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia respondia a perguntas dos jornalistas à margem da conferência promovida pelo semanário Expresso para assinalar os 40 anos do jornal, que decorre no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Para Pedro Santana Lopes, os poderes previstos na Constituição da República devem «ser exercidos com moderação» e não num «espetáculo inédito de correria institucional, de competição institucional em que é a primeira vez que existe uma convergência entre o Presidente da República e os partidos da oposição».

«Não é por ser com os partidos da oposição, é porque não há mais nenhum país do mundo em que existam situações de confusão institucional como esta. Em mais nenhum país do mundo», disse, considerando que o próprio Tribunal Constitucional «não deve sentir-se feliz por ter tanta responsabilidade política em cima».

O ex-chefe do Governo considerou ainda que haveria menos danos para o país se o Presidente da República tivesse optado por um pedido de fiscalização preventiva do orçamento e confessou-se preocupado com a sutuação que está criada.