Economia

Termina hoje prazo para reclamar vouchers não usados da Vida é Bela

"A Vida É Bela" Global Imagens/Jorge Amaral

A empresa, que está à beira da falência, foi entregue a um administrador judicial que confessa à TSF que já recebeu mais de mil cartas com reclamação de créditos. Até ao momento, a DECO recebeu mais de três mil reclamações.

Manuel Albuquerque admite que nunca teve um processo com tantos credores, mas esclarece também que o facto dos consumidores reclamarem uma dívida não significa que sejam reembolsados.

O administrador judicial que está a acompanhar o processo que pretende evitar a falência de uma das duas empresas da Vida é Bela conta à TSF que tem recebido caixotes de cartas com pedidos de reclamação de créditos por causa de vouchers que não puderam ser usados.

«A grande maioria são créditos que se reportam aos vouchers», afirma o administrador judicial que adianta ainda que «há outros créditos de outros fornecedores de serviços, de hotelaria, onde eram utilizados estes vouchers» com valores que «variam entre os 15 e os 200 euros», explica.

Manuel Albuquerque admite que, a partir de agora, os consumidores têm de esperar para ver se é possível devolver ou não o dinheiro aos clientes da Vida é Bela. Um processo que «vai depender do acordo estabelecido entre os representantes da devedora e os credores» e que agora se inicia.

«Em princípio, se eles se apresentaram à recuperação, é porque perspectivam poder pagar», conclui Manuel Albuquerque.

Os pedidos podem ser entregues, por carta, até ao fim desta quarta-feira.

Até agora, a Deco recebeu 3100 reclamações e admite que apenas uma parte dos consumidores seguiu a via judicial. Muitos conseguiram o dinheiro pelos revendedores e outros não se deram ao trabalho devido aos baixos valores envolvidos.

Ana Sofia Ferreira, da associação de defesa do consumidor, admite que não vai ser fácil receber o dinheiro através deste processo judicial de recuperação da Vida É Bela.

«É um processo complexo. O recurso ao processo judicial ao processo especial de revitalização não implica automaticamente o reembolso do crédito», porque «antes de mais, este crédito vai ter que ser necessariamente reconhecido pelo administrador judicial provisório. Mesmo que exista um reconhecimento o reembolso está sempre dependente de ser alcançado um acordo no processo de revitalização, e do cumprimento desse acordo, que é conducente à revitalização da empresa», explica.

«A reclamação de créditos é só o primeiro passo mas não implica necessáriamente o reembolso do crédito», conclui.

Quanto à segunda empresa da Vida É Bela, ainda não tem administrador judicial nomeado, pelo que não há prazo para fazer o pedido.

Redação