A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou que o Governo «está podre» e, por propor medidas «ao arrepio» do seu programa eleitoral e da Constituição, deve ser demitido.
«Não podemos ter um Governo eleito com um programa e a executar outro. Ao arrepio de quem votou no Governo e não votou nestas medidas e ao arrepio da Constituição», disse Catarina Martins, aludindo à reforma das funções sociais do Estado.
«Não estamos numa Assembleia Constituinte, estamos numa Assembleia da República que foi eleita com base numa Constituição que tem de se respeitar. Precisamos da legitimidade democrática que é discutir na sociedade as opções», acrescentou, durante uma reunião de trabalho com apoiantes do Bloco de Esquerda, em Viana do Castelo.
«Um Governo que está podre, que propõe um programa ao arrepio daquilo que propôs [nas eleições] e da Constituição, que o legitima, não pode mais ser Governo. Tem de ser demitido e temos de ir fazer as escolhas em eleições», disse ainda.
Um novo ato eleitoral para que, explicou, «haja legitimidade para um programa político que sirva o que as pessoas querem».
«Essa deve ser a prioridade de todos os que defendem a dignidade do trabalho e a solidariedade», apontou.
No centro da crítica da coordenadora do Bloco de Esquerda esteve o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a reforma das funções do Estado, conhecido quarta-feira, documento que classificou como uma «arma de propaganda e chantagem» sobre os portugueses.