O estudo feito pela da Direção-Geral da Saúde para perceber as causas do crescimento da mortalidade infantil em 2011 não conseguiu explicar este aumento.
O documento foi hoje publicado e confirma que, em 2011, a mortalidade dos bebés com menos de um ano aumentou perto de 20%, de 256 para 302 casos, essencialmente devido à mortalidade das crianças com menos de um mês.
Os especialistas da Direção-Geral da Saúde sublinham, contudo, que estamos perante números pequenos motivados por muitas causas, o que impede que se chegue a uma conclusão sobre o que motivou o aumento da mortalidade infantil em 2011.
O estudo sublinha que apesar do aumento considerado «estatisticamente significativo» em 2011 da mortalidade infantil, esse ano até foi o segundo com uma taxa mais baixa, fruto das descidas das décadas anteriores.
O ano de 2011 teve mais 42 óbitos de bebés com menos de um ano, mas menos 60 do que aconteceu em 2009.
Os especialistas garantem que usaram toda a informação disponivel, mas admitem que apenas conseguiram revelar o que aconteceu: a evolução da mortalidade e respetivas causas de morte.
Não surgiram «explicações finais», mas apenas números e «pistas» para perceber o aumento. Entre esses dados, destaque para alguns resultados.
Os números deixam claro que o aumento da mortalidade infantil, ou seja, antes da criança completar um ano, aconteceu sobretudo até ao final do primeiro mês de vida.
Na divisão por regiões, o Norte foi aquela onde a mortalidade infantil mais cresceu.
Nas causas de morte, as mais comuns e que mais cresceram estão relacionadas com problemas ou malformações com origem antes do nascimento.
Ouvido pela TSF, o diretor-geral de Saúde, Francisco George sublinhou que o controlo da mortalidade infantil é ainda a principal evidência, apesar das oscilações estatísticas.
Por seu turno, Maria do Céu Machado, que durante anos liderou a pediatria da Maternidade Alfredo da Costa, atualmente directora de serviço em Santa Maria, Lisboa, recomenda cautela na leitura dos números.