Economia

Sucesso na emissão de dívida não é fim de sacrifícios, diz Passos

Pedro Passos Coelho Reuters

Apesar de dizer que esta emissão não significa o fim dos sacrifícios, Passos Coelho disse ter ficado satisfeito pelo «apetite grande» por Portugal demonstrado pelos mercados.

O primeiro-ministro entende que os sacrifícios não terminaram com o sucesso na emissão de dívida de 2500 milhões de euros a cinco anos, muito embora admita que esta dê sinais encorajadores.

Na cimeira empresarial União Europeia, América Latina e Caraíbas, que está a decorrer no Chile, Pedro Passos Coelho disse que estar «satisfeito por ver que os mercados e os investidores têm um apetite grande por Portugal».

Passos Coelho lembrou que sem a disponibilidade de investimento destes investidores «não voltaremos a ter emprego nem crescimento na nossa economia», contudo, recordou que ainda é preciso fazer mais.

«A ideia de que está tudo feito, que a crise acabou, que não precisamos de ter disciplina orçamental e que não precisamos de ter cuidado com as reformas que estamos a empreender seria uma ideia perigosa que quero aqui afastar», frisou.

O chefe do Governo está convicto de que Portugal será «nos próximos meses testado nos mercados para saber se mantemos o caminho que temos vindo a seguir e se estamos determinados em alcançar as metas para o nosso défice».

«Sabemos que a nossa correção de contas públicas tem vindo a ser notável sobretudo ao nível externo, mas precisamos de manter esse rumo», explicou Passos Coelho, que diz que Portugal já fez «mais de meio caminho» a caminho da recuperação.

Para Passos Coelho, existe a «expectativa que este ano se assista à viragem do ciclo de retração económica que um ajustamento profundo e doloroso invariavelmente acarreta».

«Em apenas dois anos, lográmos uma redução da despesa pública primária superior a 14 mil milhões de euros, o que possibilitou um défice primário inferior a um por cento este último ano e a um excedente primário estrutural representando uma redução de seis por cento do défice estrutural nestes últimos dois anos», concluiu.