Portugal

Sugestão de TV Rural na RTP não agrada à oposição

A oposição lembrou que tal tipo de sugestões são proibidas por lei e recordou que o Parlamento não pode definir a grelha da RTP de manhã à noite. A maioria diz que a ideia seria falar neste programa sobre «produtos portugueses e produção nacional».

A oposição defendeu, esta quinta-feira, que a ideia de sugerir a existência de um espaço como o TV Rural na RTP é uma ingerência na programação da televisão pública.

Apesar de a maioria invocar a necessidade de sensibilizar o público para as questões da agricultura e do mar, a bloquista Cecília Honório lembrou que este tipo de ingerência é proibida por lei.

Esta deputada do Bloco de Esquerda pediu ainda à maioria «que não viesse com um programazinho de encomenda que põe em causa tudo o que está estabelecido quando as tentações de governamentalização da RTP são o maior perigo que vem dessas bancadas».

Por seu lado, a deputada Heloísa Apolónia ironizou ao lembrar que desta forma a Assembleia da República estaria a «definir a grelha da RTP de manhã à noite, 24 horas por dia».

«Isto não tem cabimento absolutamente nenhum. O que os senhores querem? Que a RTP faça o trabalho que o Ministério da Agricultura não faz?», perguntou esta deputada d'«Os Verdes».

Já o centrista Abel Baptista considerou que os agricultores veriam com bons olhos um programa deste tipo na televisão e rejeitou que a intenção da maioria seja «dar orientações a ninguém, muito menos à RTP e muito menos criar uma grelha de programas».

Por outro lado, este deputado disse que o objetivo era que «haja uma discussão permanente junto da população sobre o que são os produtos portugueses, a produção nacional, a agricultura portuguesa».

«Aproveito para lhe citar uma máxima indígena: só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o Homem perceberá que não pode comer dinheiro», concluiu.