Na Tunísia, milhares de pessoas estão nas ruas em protesto contra o Governo. Nas últimas horas, há notícia de que a polícia fez disparos para o ar e usou gás lacrimogéneo.
Milhares de pessoas estão nas ruas de diversas cidades tunisinas em protesto contra o partido no poder.
Diversas delegações e sedes do Enada foram atacadas e em Sidi Bouzid o edifício foi mesmo incendiado.
Nesta cidade, berço da revolução de 2011, a polícia lançou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que tentavam invadir uma esquadra.
Os protestos começaram depois da morte de Chokri Belaid, um dos líderes da oposição, dirigente do partido dos patriotas democratas que integra uma frente de esquerda de oposição ao governo dominado pelos islamistas do Enada.
Os familiares de Belaid, de 48 anos, responsabilizaram o partido no poder por este crime.
O presidente tunisino que se preparava para participar numa cimeira islâmica regressou ao país e classificou o homicídio como um crime odioso, que tem por objetivo lançar o país na violência.
Já o primeiro-ministro recusou qualquer responsabilidade do Enada no crime e garantiu que tudo vai ser feito para encontrar os responsáveis.
Hamadi Jebali considerou ainda que o país está a atravessar o maior impasse desde a revolução.
Há vários meses que a oposição e até alguns partidos da coligação governamental esperam uma remodelação de ministros que permita diminuir a influência dos islamistas e a entrada de novos partidos no governo.
Os políticos tardam também em conseguir escrever uma nova constituição o que impede a realização de novas eleições.