A cimenteira indicou que cerca de 150 trabalhadores vão sair da empresa. Reagindo a este anúncio, a sindicalista Fátima Messias disse temer um despedimento coletivo.
A Cimpor anunciou que 150 trabalhadores, 90 por cento dos quais receberão reformas antecipadas, vão abandonar a empresa, adiantou a cimenteira em comunicado à agência Lusa.
Nesta nota, a Cimpor justifica esta medida com o facto de se ter verificado uma quebra nas vendas de cimento em Portugal de 70 por cento entre 2001 e 2012.
Ouvida pela TSF, a sindicalista Fátima Messias receia que a empresa esteja a preparar um despedimento coletivo a avaliar pelo número de saídas no último ano.
«Com esse número apontado não se poderá enquadrar de outra forma, mesmo que nalguns casos, a empresa poderá tentar algumas rescisões de mútuo acordo ou eventualmente algumas reformas antecipadas», acrescentou.
Fátima Messias, que pertence à Comissão de Trabalhadores da cimenteira, considera ainda que o plano de reestruturação da empresa, que afetará trabalhadores com idade superior a 58 anos, dificilmente será no interesse dos funcionários da Cimpor.
«Se houvesse trabalhadores disponíveis para rescisões por mútuo acordo já as teriam feito», referiu a sindicalista, que assegura que os trabalhadores não estão a solicitar este tipo de saídas.
Esta dirigente sindical adiantou ainda que o plano de reestruturação da empresa deverá começar «na próxima semana» e recordou que a redução de pessoal vai contra o que foi prometido quando a empresa foi totalmente privatizada.
Nessa altura, lembra a sindicalista, a Camargo Correa prometeu há menos de um ano que o «centro de decisão se mantinha em Portugal e que não haveria despedimentos».
«Podemos concluir que nem uma situação nem outra se verificam. O centro de decisão só formalmente se mantém em Portugal», frisou Fátima Messias, que lembra que são os «acionistas exteriores» a Portugal «que tomam as decisões».
Esta sindicalista recordou também que a juntar ao número de saídas anunciado esta sexta-feira há ainda a considerar outros 60 que abandonaram a empresa em outubro de 2012.