Justiça

Marinho Pinto receia sucessão condicionada por razões políticas

Marinho Pinto Global Imagens/Leonardo Negrão

O bastonário da ordem dos Advogados considera a saída de Cândida Almeida um processo normal, mas espera que a mudança não seja permeável a influências políticas.

«Não me espanta. A doutora Cândida Almeida já lá está há muitos anos, esta decisão é legítima. A nova PGR quer substituir a hierarquia, quer criar uma hierarquia da sua confiança. Espero que não seja da sua confiança política, tal como a procuradora é da confiança política deste Governo, nomeadamente da ministra da Justiça», disse Marinho Pinto à TSF.

O bastonário vai ainda mais longe e diz esperar «que não se introduza a política na investigação criminal ainda mais».

Marinho Pinto aponta ainda algumas características que considera que o sucessor de Cândida Almeida deve ter.

«Deve ser um magistrado independente, indisponível para utilizar um cargo para fazer obséquio político ou para fazer perseguições políticas. deve guia-se pelos valores da Justiça e do combate à criminalidade, sobretudo à criminalidade que constitui a razão de ser da criação do DCIAP. Enfim não tenho grandes esperanças, mas é bom pelo menos torná-las públicas, conclui.

São as ressalvas do bastonário à decisão que já terá sido comunicada a Cândida Almeida pela Procuradora Geral da República, ou seja, de que será substituída na liderarança do Departamento Central de Investigação e Acção Penal.

A notícia foi avançada ontem à noite na TVI, depois o jornal Público adiantou que a responsavel do DCIAP e outros dois procuradores foram também informados de que iam ser alvo de um inquérito.