Pinto Monteiro deixou a Procuradoria-geral da República, mas diz que é um cidadão atento e está preocupado que a separação de poderes esteja a ser «beliscada» com a crise.
Pinto Monteiro foi condecorado, esta manhã, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo e manifestou a ideia de que a separação de poderes está a ser «beliscada» com a conjuntura da crise.
«Não posso como cidadão deixar de pensar em todos aqueles que tendo tido também uma vida ao serviço do país se vêem empurrados para a pobreza e exclusão social, não lhe sendo sequer concedido uma vida de sobrevivência. Costumo dizer aos amigos que estou de férias da justiça, mas não estou seguramente de férias da cidadania. Não posso deixar de mostrar a minha preocupação como magistrado, que sou há muitos anos, pelo que me parece estar a desenhar-se, uma menor transparência na separação de poderes», afirma.
Nesta altura agitam-se mudanças na hierarquia no Departamento de Investigação e Acção Penal que trata dos grandes processos de criminalidade. A nova procuradora Joana Marques Vidal terá decidido afastar Cândida Almeida e abrir-lhe um processo disciplinar por violação do segredo de justiça.