Se mais logo for até ao Cais do Sodré, não estranhe se em cima do balcão do bar, ao lado do copo, encontrar um papel para assinar. A associação que representa os comerciantes da zona lançou nos últimos dias um abaixo-assinado que reclama noites mais organizadas, menos caóticas, com menos gente a beber e a fazer barulho na rua.
Pedro Vieira, presidente da Associação Cais do Sodré, explica quais os principais problemas.
«Temos o problema das lojas de convivência, que nos afeta a todos, achamos que devia ser regulamentado, ainda se torna mais pertinente com a nova lei do alcool, que pretende controlar o alcool consumido pelos mais jovens e aqui se torna mais pertinente olhar não só para o que se passa nos bares, mas também nas lojas de conveniência», adianta.
A ideia é evitar o chamado «botellón», e pacificar as relações com os moradores da zona, que se têm queixado da crescente confusão nas noites de fim-de-semana.
Desde a renovação do Cais do Sodré, em finais de 2011, com o encerramento ao trânsito da Rua Nova do Carvalho, e com a abertura de uma série de novos bares e restaurantes, que a zona ganhou nova vida.
Uma nova vida, que trouxe mais gente e também mais barulho e lixo para as ruas do Cais do Sodré.
Pedro Vieira garante que o objectivo não passa pela defesa dos tradicionais bares da zona, mas antes por tentar levar as pessoas a fazer a noite mais entre portas e menos na rua.
A ideia é que todos respeitem algumas regras básicas para que comerciantes, moradores e «utilizadores» possam conviver em paz.