Vida

Conclave: Ausência de decisão é «absolutamente normal»

O facto de ainda não ter saído fumo branco do conclave que decorre no Vaticano é considerado «absolutamente normal» pelo porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi.

«Está a acontecer mais ou menos o que esperávamos. Este resultado deve ser considerado como absolutamente normal. Somente num caso, em 1939 [Pio XII], o papa foi eleito na terceira votação», lembrou Lombardi num encontro com a imprensa.

O porta-voz assegurou que «não há sinais de divisões» entre os cardeais, mas antes uma questão de «discernimento» sobre a importância das escolha, que deverá demorar algum tempo.

«Uma boa hipótese para a missa inaugural [do novo Papa] seria 19 de março», dia de São José.

Se um papa for eleito até lá, «é muito provável» que este possa celebrar o Angelus no domingo, na praça de São Pedro, acrescentou.

O padre jesuíta convidou a imprensa a interessar-se pelo «clima espiritual» do conclave, notando ser «impossível para os cardeais subtrair-se à espiritualidade que emana do 'Juízo final' de Miguelangelo».

Lombardi lembrou também o clima de recolhimento no qual decorre a eleição, lamentando que a imprensa fale de «divisões ou conflitos (...) totalmente inventados».

O porta-voz do Vaticano indicou que o papa emérito Bento XVI está a seguir com «muita atenção» o desenrolar deste conclave, e que tinha assistido pela televisão, na véspera, a missa "Pro eligendo romano pontifice", passando parte do dia em oração.

Bento XVI não prevê assistir à missa de inauguração, disse.

Questionado sobre as duas feministas do grupo Femen, que na terça-feira apareceram seminuas, junto à praça de São Pedro, o padre jesuíta indicou que podiam voltar sempre, mas afirmou esperar que «não apanhassem frio».

O padre Lombardi confirmou que o Colégio cardinalício se encontra todo na capela Sistina, apesar da saúde frágil de vários cardeais.

«Esta manhã, os cardeais estavam todos bem dispostos e de boa saúde. Alguns foram a pé para a casa de Santa Marta», afirmou.

Em resposta a várias questões, Lombardi precisou que os cardeais podem beber vinho às refeições em Santa Marta e também «podem fumar», «não nos quartos», mas em outros locais, «de acordo com as regras da boa educação que seguramente aprenderam».