Vida

Maioria dos estudantes portugueses dorme menos de sete horas por noite

Jovem trabalhando com computador Direitos Reservados

A especialista Teresa Paiva, coordenadora do estudo, admite que já esperava que muitos estudantes dormissem pouco e se queixassem de dores de cabeça.

Mais de 60 por cento dos estudantes portugueses entre os 12 e os 22 anos dormem menos de sete horas por noite nos dias de semana e mais de metade queixa-se de dores de cabeça, conclui um estudo.

Este inquérito indica ainda que os maus hábitos de sono estão relacionados a níveis mais elevados de sonolência, mas também a stress, ansiedade e depressão.

O estudo abrangeu quase sete mil estudantes destas idades e foi coordenado pela especialista Teresa Paiva no âmbito do projeto Sono Escolas, lançado por esta médica neurologista em 2009, projeto que tem percorrido o país.

Em declarações à TSF, esta especialista em sono admitiu que já estava à espera que muitos estudantes se queixassem de dores de cabeça frequentes, porque esta é uma das primeiras queixas que aparece.

«As dores de cabeça são quase mais prevalentes que a insónia e a associação entre as duas é muito importante», adiantou Teresa Paiva, que lembrou que as crianças nestas condições «ficam em situação deficitária face aos outros».

Esta médica considerou ainda que os resultados relativos ao número de horas de sono destes estudantes é «verdadeiramente catastrófico», porque «é um país enlouquecido».

Para Teresa Paiva, a «privação de sono é como a droga», dado que «inicialmente sabe bem só que quando começa a dar consequências negativas é que dá mal, mesmo nos adolescentes».

Esta especialista disse ainda ter confrontado jovens com o facto de estes terem tantas conversas no Facebook à noite e que frequentemente lhes pergunta «porque têm tanta coisa para dizer».

Destes jovens têm recebido a resposta de que inventam coisas para falar através do Facebook, mas Teresa Paiva descobriu que, na realidade, fazem «perguntas objetivas».

«Se inventassem seria inventar os marcianos que vinham à Terra», concluiu Teresa Paiva, que diz que os jovens afinal «não adquirem o hábito de usar a imaginação».