Economia

Ajuda externa: CDS-PP recusa insistir em «desenho mal feito»

O deputado do CDS-PP João Almeida defendeu hoje que «mais medidas de austeridade seria erro em cima de erro» e rejeitou insistir em «desenho mal feito» com a 'troika'.

«O mais importante, neste momento, é ter a consciência de que se há um desenho mal feito, insistir no mesmo desenho só agravará o problema», afirmou o parlamentar democrata-cristão em São Bento, após o social-democrata Miguel Frasquilho ter afirmado que o Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal estava mal desenhado.

Antes, o ministro de Estado e das Finanças, Vitor Gaspar, anunciou a revisão da recessão de um para 2,3 por cento este ano, além de admitir uma taxa de desemprego de mais de 18 por cento, com tendência a aumentar até 2014, no âmbito da sétima avaliação por parte dos enviados da Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

«Mais medidas de austeridade seria erro em cima de erro. A questão é se há capacidade para possibilitar uma saída desta situação, que depende em larguíssima medida da conjuntura europeia», disse João Almeida.

Para o deputado do CDS-PP, «a Europa está a revelar uma total incapacidade de dar respostas políticas a esta situação que já não é um problema dos países periféricos ou do sul», pois «contagiou todos, com crescimentos insuficientes e até recessão em alguns do norte».

«As instituições que dão para a sociedade determinadas indicações, que sejam coerentes e transmitam aos técnicos, que participam nas avaliações dos programas e no seu ajustamento à realidade, indicações coerentes com essas posições. Se não, estamos numa esquizofrenia política que não faz sentido porque as pessoas ouvem responsáveis dizer determinadas coisas e depois não percebem por que é que os programas não são adaptados à realidade», afirmou, referindo-se à CE, aos BCE e ao FMI.

Questionado sobre se o CDS-PP mantém a confiança política em Vítor Gaspar, João Almeida respondeu que se trata de matéria da exclusiva responsabilidade do primeiro-ministro e que os democratas-cristãos não se imiscuem em questões do Executivo, «nem sequer sobre os ministros indicados pelo CDS».