O PS assinalou que o aumento dos impostos está a provocar piores resultados na frente orçamental. O PCP notou que o Orçamento de Estado está longe da realidade atual, enquanto que o Bloco de Esquerda diz que Vítor Gaspar é a «anedota do dia».
O socialista Óscar Gaspar «não encontra nenhum sinal de consolidação orçamental» nos números da execução orçamental de fevereiro, anunciados esta sexta-feira.
«Quanto mais o Governo aumenta os impostos, piores resultados tem na frente orçamental. Aí não nos surpreende, porque era um efeito que esperávamos», afirmou o assessor do líder do PS para os assuntos económicos.
Em declarações à TSF, Óscar Gaspar assinalou a quebra no saldo da Segurança Social e sublinhou que o «orçamento de 2013 não tem aderência com a realidade», daí esperar que o Governo vá apresentar um orçamento retificativo.
Por seu lado, o comunista Miguel Tiago notou que a «distância que vai das previsões do Orçamento de Estado para a execução orçamental é mais ou menos a distância que vai entre as palavras do primeiro-ministro e a realidade do país».
«Temos um Orçamento de Estado que se baseia em previsões e dados, que o Governo tenta justificar, e ao fim de dois meses verificamos que a realidade está muito distante do que o Orçamento de Estado previa», explicou.
Este deputado do PCP lembrou que estas previsões foram usadas como desculpa para impor mais um saque organizado sobre os trabalhadores, mais um roubo e esbulho através dos impostos e os cortes nas funções sociais e culturais do Estado».
O bloquista Pedro Filipe Soares considerou, por seu turno, que os números da execução orçamental provam que Vítor Gaspar é a «anedota do dia», quando disse que o ajustamento tinha como objetivo o «crescimento económico».
Este deputado do Bloco de Esquerda assinalou mais uma queda da receita do IVA e explicou que a previsão de subida da receita do IRS está abaixo de metade do previsto pelo Governo, mesmo depois do «aumento brutal» deste imposto.
Por este motivo, Pedro Filipe Soares não fica surpreendido com o estado de «recessão» em Portugal e notou que este estado de coisas provocou a subida para um milhão de desempregados e a colocar «sérios entraves às contas públicas».