O Banco Mundial divulgou que o preço global dos alimentos baixou nos últimos meses, mas os valores ainda se situam perto do máximo histórico alcançado no ano passado.
A «persistência» dos elevados preços e a «volatilidade» dos mesmos afetam a fome e a desnutrição, assim como a obesidade mundial, na medida em que «pode conduzir a um aumento do consumo de comida mais barata e menos nutritiva», alertouu o organismo, em comunicado.
A instituição atribui a descida do preço dos alimentos a um recuo da procura mundial pelos cereais. De acordo com o índice de preços dos alimentos, que o Banco Mundial elabora periodicamente, o preço do trigo caiu 11 %, o do açúcar 10 % e o do milho 6 %, entre outubro de 2012 e fevereiro último.
«A diminuição da procura devido a uma acentuada quebra na utilização de trigo e a redução do uso de milho para a produção de etanol nos Estados Unidos» impulsionou a queda nos preços.
De acordo com o Banco Mundial (BM), as condições climáticas favoráveis em algumas regiões também aumentaram as esperanças relativamente a uma colheita melhor para o corrente ano.
Apesar disso, a instituição assinala, no mesmo comunicado, que o preço global dos alimentos permanece apenas 9 % abaixo do que em agosto de 2012, quando atingiu o pico, pelo que se mantém atenta à evolução que se verifica nas diferentes regiões do mundo.
Neste âmbito, o BM expressou a sua preocupação pela forma como a seca nos Estados Unidos e a falta de chuva na Argentina, África do Sul e Austrália poderão vir a afetar as colheitas nos próximos meses.
No relatório, citado pela Efe, é feita também uma referência ao potencial impacto do preço do petróleo, o qual tem vindo a aumentar nos últimos meses, uma vez que, em fevereiro, alcançou os 107 dólares (84 euros) por barril.