Economia

BCE apela à implementação de reformas estruturais

Mario Draghi

O presidente do BCE apelou hoje à implementação de reformas estruturais nos países afetados pela atual crise económica e financeira.

«É essencial que os governos intensifiquem a implementação de reformas estruturais a nível nacional», disse o responsável da entidade em conferência de imprensa em Frankfurt, Alemanha.

«Prevemos uma recuperação gradual da economia na segunda metade do ano», declarou ainda Mario Draghi, advertindo contudo para a necessidade de serem implementadas pelos governos políticas «consistentes» em áreas como o mercado de trabalho.

O presidente do BCE sublinhou ainda que o banco central não pode substituir a falta de capital no sistema bancário ou a «falta de ações por parte dos governos», lembrando a necessidade das dívidas soberandas dos países serem pagas.

«O BCE não pode substituir os governos nessa frente [pagamento de dívidas] ou nas reformas estruturais», concretizou Draghi.

O BCE manteve hoje a taxa de juro de referência no mínimo histórico de 0,75% pelo novo mês consecutivo, uma decisão que confirmou a expectativa dos economistas, apesar dos indicadores económicos dececionantes da zona euro e da crise em Chipre.

Além da manutenção nos 0,75% da taxa aplicada às principais operações de refinanciamento nos 0,75% (o mecanismo pelo qual o BCE fornece a maior parte da liquidez ao sistema bancário), a instituição manteve também nos 1,50% a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez (através da qual fornece liquidez de muito curto prazo aos bancos, empréstimos 'overnight') e nos 0% a facilidade permanente de depósito (que permite aos bancos fazer depósitos na instituição também de muito curto prazo).

O BCE já não mexe na taxa de juro de referência da zona euro desde julho de 2012, quando a cortou em 25 pontos base para 0,75%, o valor mais baixo de sempre.