O PS congratulou-se hoje com a decisão do Eurogrupo em apoiar o alargamento do prazo de pagamento dos empréstimos pedidos por Portugal para o ajustamento económico, mas quer mais «renegociação» por parte do Governo.
Em conferência de imprensa, na sede do Rato, em Lisboa, o assessor para Economia e Finanças do secretário-geral socialista, Óscar Gaspar, afiançou que o PS também desenvolveu diligências em Dublin e acusou o executivo da maioria PSD/CDS-PP de se ter vindo a distanciar do «consenso nacional».
«O PS defende, há muito, mais tempo para que Portugal possa pagar as suas dívidas e trabalhou para isso. Consideramos que a medida tomada hoje pelo Eurogrupo é muito positiva, mas não é suficiente. Precisamos de mais tempo para fazer o ajustamento do défice, de taxas de juro mais baixas e do diferimento dos juros», defendeu.
Para o responsável do PS a notícia «é importante para Portugal» porque «permite suavizar o perfil dos pagamentos» e «prova, contra a opinião do Governo, que é possível renegociar as condições do ajustamento».
«Esta renegociação tem de continuar. Nós interpelamos o Governo para que se junte ao PS no sentido de exigir uma renegociação das principais condições do nosso ajustamento», desafiou.
Segundo Óscar Gaspar, os socialistas têm «trabalhado em prol do país», com várias «diligências há meses a esta parte, mas também ainda ontem (quinta-feira), em Dublin, no sentido de demonstrar que era importante um alargamento das maturidades».
«Não sei se o Governo apresentou ou não algumas novas medidas em Dublin. Se assim aconteceu, mais uma vez fê-lo nas costas dos portugueses, sem ouvir qualquer força partidária em Portugal. O PS está disponível para ajudar o país sempre que necessário. Quem se tem afastado do consenso nacional é o Governo», concluiu, criticando os «mais de sete mil milhões de euros em juros anuais» que «asfixiam o país».