António Grosso acusou a UGT de apenas alinhar em manifestações fora de Portugal e lembrou que a Taxa Social Única foi derrotada na rua. Na resposta, João Proença frisou que a TSU «morreu» no decurso das negociações tripartidas.
Algumas vozes contestaram a liderança de 18 anos de João Proença à frente da UGT e consideraram que este se deveria apenas ter preocupado em protestar e não em negociar.
Durante o XII Congresso da UGT, o sindicalista António Grosso perguntou sobre onde é que se viu esta central sindical «protestar e reunir com os trabalhadores».
«Nem na greve geral em que participou, a direção da UGT organizou uma manifestação de trabalhadores. Todavia, vemos a direção da UGT a organizar excursões para manifestações em Bruxelas, Madrid e Paris», acrescentou.
Este dirigente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas lembrou ainda que o «povo em 15 de setembro a Taxa Social Única (TSU) na rua com a maior manifestação popular desde o 1º de maio de 1974».
«A UGT não faz manifestações em Lisboa e em Portugal, convencida que está que tudo se resolve à mesa das manifestações», concluiu.
Na resposta, João Proença disse respeitar a manifestação de 15 de setembro, mas considerou que a «TSU morreu, porque a UGT e as confederações patronais disseram claramente ao primeiro-ministro que não a aceitavam».
«Não baralhemos as coisas. Com o compromisso tripartido, morreu a meia hora e o primeiro-ministro foi obrigado a engolir a meia hora no momento em que assumiu o compromisso tripartido», sublinhou.
O presidente cessante da UGT frisou ainda que a TSU não acabou por causa de «manifestações, lutas ou contestações, foi pela negociação que a UGT derrotou a meia hora».