Segurança

Agentes da PSP chegaram ao limite dos sacrifícios, diz ASPP

PSP Direitos Reservados

Numa carta que a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia entregou ao Presidente da República, a ASPP admite ações de luta caso o Governo avance com mais cortes.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia diz que os agentes da PSP atingiram o limite dos sacrifícios, uma ideia que consta de uma carta que a ASPP entregue ao Presidente da República.

Na missiva, a que a agência Lusa teve acesso, a ASPP admite a hipótese de realizar ações de luta caso o Governo avance com mais cortes.

Esta associação sublinhou ainda que os agentes estão a ser empurrados para situações que eram vividas antes da carga policial conhecida como "secos e molhados", ocorrida a 21 de abril de 1989.

Por esta razão, a ASPP entende que tem de dar uma resposta à altura dos ataques que se refletem em cortes cegos que têm atingido os polícias.

Em declarações à TSF, o presidente da ASPP pediu mais envolvimento do chefe de Estado nas questões da PSP e apelou a Cavaco Silva, primeiro-ministro durante a carga policial de 1989, que não seja conivente com a instabilidade na polícia.

Paulo Rodrigues pediu que a Cavaco que tenha em conta as alterações feitas e as que o Governo estará a pensar implementar na polícia e que tenha a «noção que caso se coloque em causa a PSP isso terá um impacto na sociedade extremamente importante que possa pôr em causa a segurança pública».

Este responsável da ASPP, que disse que o 21 de abril de 1989 foi uma espécie de 25 de abril para os polícias por causa dos avanços na polícia, considerou que a partir de 2005 houve uma «destruição dos direitos adquiridos».

Comentando o facto de ter sido escrito na carta que a PSP não será o braço armado de nenhum Governo, Paulo Rodrigues recordou que a polícia tem uma «Constituição da República para cumprir» e que o serviço da polícia é «para o povo e cidadãos».

«Não recebemos nenhuma diretiva, venha ela de quem vier, inclusive do Governo, que ponha em causa a Constituição da República e os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos», concluiu.