O presidente da Comissão Europeia defendeu hoje que a austeridade «é indispensável» nos países «que não têm a confiança dos investidores», como é o caso de Portugal.
«Com certeza que é necessário prosseguir esforços de rigor nas finanças públicas. Porque sem isso não se consegue a confiança e sem confiança não há investimento», considerou.
No entanto, o presidente da Comissão Europeia defendeu também que é preciso fazer mais do que apenas promover o equilíbrio das contas do país.
«Não basta o rigor nas finanças públicas. São necessárias as reformas para ser mais competitivo e é necessário o investimento para o crescimento», afirmou Barroso, explicando que «algumas das reformas das reformas demoram tempo a produzir resultados. E, por isso, são necessárias medidas concretas para o apoio ao crescimento».
«Há limites para aquilo para aquilo que se pode conseguir com uma política de contracção orçamental, que é importante em países que não têm ainda a confiança dos investidores. É indispensável fazê-lo», defendeu o presidente da Comissão Europeia.
Estas afirmações de Durão Barroso surgem um dia depois de ter considerado que a «atual política [de austeridade] atingiu o limite».
«Penso que estamos a atingir o limite das actuais políticas. As políticas actuais são obviamente apropriadas no que diz respeito à redução do grande desafio que temos hoje que é a divida insustentável, publica e privada», afirmou ontem Durão Barroso, considerando que é necessário «colocar a Europa numa base mais sólida e torná-la mais competitiva e ter novamente crescimento. Mas crescimento que seja sustentável».
Barroso voltou a considerar «inaceitável» do ponto de vista moral a ideia que existe nos países da Europa, em relação aos países da periferia europeia, os quais estão sob a vigilância do credores, como o caso de Portugal.
«A ideia que existe em alguns países do centro ou nos países mais prósperos, que há algum tipo de incapacidade nas pessoas da periferia ou do sul - que algumas dessas pessoas são, por definição, preguiçosas ou incompetentes. E, isso é um grande problema, que considero intolerável e moralmente inaceitável», afirmou.