O presidente da Associação de Bancos avisa que, no curto prazo, ninguém deve esperar uma descida acentuada dos spreads e diz que neste momento as empresas estão descapitalizadas.
No momento em que Álvaro Santos Pereira define a redução dos spreads pagos pelas empresas como uma das linhas do plano estratégico para o crescimento e fomento industrial, Faria de Oliveira, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, avisou no Parlamento que num futuro imediato não vê como é que os bancos podem baixar essas margens de lucro.
«A descida dos spreds depende muitíssimo das condições de funcionamento das instituições. Não se fixam os spreds por gosto, mas mediante determinados factores», sublinha.
Faria de Oliveira disse também na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças no âmbito da proposta de lei que permite uma recapitalização forçada dos bancos pela parte do Estado, que a banca está preparada para conceder crédito à economia, mas a grande maioria das empresas está descapitalizada o que dificulta a concessão de crédito.
A questão está no facto, realça este responsável, de a grande maioria das empresas não terem rácios de autonomia financeira nem balanços sólidos, estando descapitalizadas, o que dificulta a concessão de crédito pelos bancos, que sempre usaram critérios rigorosos e que não podem deixar de os usar.
A grande questão está em procurar e encontrar maneiras para contribuir para que as PME reforcem capitais, considera Faria de Oliveira.
Faria de Oliveira não quis falar sobre o papel da Caixa Geral de Depósitos na nova estrageia do Governo, alegando que foi à Assembleia na qualidade de presidente da Associação Portuguesa de Bancos.