Economia

Passos Coelho e o corte nas taxas: BCE deu sinal importante

Pedro Passos Coelho considerou que o BCE deu hoje um sinal importante para a correção da fragmentação dos mercados financeiros e apelou à concretização da união bancária europeia.

«A decisão de reduzir a taxa de juro [para um mínimo histórico de 0,50%] e de reforçar as operações não convencionais de política monetária é também um sinal importante, nomeadamente para a correção da grande fragmentação que temos vindo a constatar dos mercados financeiros na Europa, e de que Portugal tem sido uma vítima maior», declarou o primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho falava tendo ao seu lado o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, com quem esteve hoje reunido durante 50 minutos, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, antes de um almoço conjunto.

Segundo o primeiro-ministro português, continua a haver «diferenciais de taxas de juro muito elevados no acesso ao financiamento pelas empresas» entre Estados-membros.

«A evolução dos 'spreads' nos países periféricos, e em particular em Portugal, não reflete nem a melhoria das condições de financiamento do Estado nem a viabilidade económica das próprias empresas. O que significa, portanto, que, no mecanismo de transmissão da política monetária, algo precisa ainda de ser feito para que a liquidez chegue às empresas e à economia», considerou.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP disse ter abordado este assunto na reunião com o presidente do Conselho Europeu.

Passos Coelho defendeu a importância da união bancária europeia «para reduzir esta fragmentação» e apelou à sua concretização: «No ano passado, em junho, em outubro e em dezembro, tomámos decisões muito claras, com um calendário objetivo, no sentido da criação de uma verdadeira união bancária na União Europeia. Devemos, por isso, respeitar os nossos compromissos e implementá-los de uma forma muito decidida».

O primeiro-ministro tamb+em se referiu ao «programa de médio prazo» que apresentará até ao final desta semana e que tem como objetivo equilibrar os objetivos de consolidação orçamental com «uma atitude mais proativa» para o crescimento e emprego.

Ao início da tarde, no final de uma reunião com o presidente do Conselho Europeu primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, referiu ter informado Van Rompuy «dos desenvolvimentos mais recentes do programa de médio prazo que Portugal fechou hoje no seu Conselho de Ministros», reiterando que «ainda até ao final desta semana» apresentará esse «programa de médio prazo».

«[Esse programa] indica, de um modo geral, que Portugal seguirá um caminho que procura equilibrar os objetivos de consolidação orçamental - agora com uma sequência mais flexível de metas para a redução do défice, mas que precisa de consolidar de modo a ter uma política financeira saudável para o país - com uma atitude mais proativa, que agora estamos em condições de começar a fazer, relativamente ao crescimento e à criação de emprego», acrescentou o primeiro-ministro, numa declaração aos jornalistas, na residência oficial de São Bento, em Lisboa.